sexta-feira, 28 de março de 2014

Ótica individualista de um mundo que não é só meu (TAL 2013)

Esta é a poesia com a qual concorri no TAL 2013 (Tempos de artes literárias).
É uma conversa com meu inconsciente. Espero que gostem!



Não sei se sou.
Se vou.
O que ficou.

Não sei se vejo certo.
Se critico inocentes.
É tudo tão incerto.

A indecência desigual
Recai sobre os ombros.
E o que faço?
O que há com os homens?

O tic tac do relógio marca um limite,
Que a vida insiste em retardar.
Vagar sem rumo é overdose do não - amar.

Se vou, não tem caminho.
Se fico, acaba a história.


Será que só eu vejo os problemas?
Queria desfazer - me dessa memória.

Porque todo sofrer amolece meu bobo coração?
Porque eu não sei transformar meu sentimento em canção?
Esse mundo é o que parece? Ou fantasio demais?
Porque as pessoas taxam os sonhadores de loucos?
Será que é porque elas não sabem sonhar?

Porque os erros custam nossa liberdade?
E a vida é tão facilmente interrompida?
E os homens têm direito de julgar?
A prisão muda alguém? Será?


Pela visão humana, por fora
Ninguém é mal.
No intimo, interior
Todo mundo é normal.

O ser não finda ao acabar - se.
Morre solitariamente
Quando corrompe - se.
E devastador é o carinho que não permite-se.

O viver é corroído pelos medos guardados.

A luz é realmente segura?
Eu prefiro a noite.
Porque ela é perfeita companhia
Para a minha solidão.
E revela o que ilusoriamente
O sol finge mostrar.

Para a dor há cura?
A da humanidade, pela minha ótica não.
E não conheço os limites
Dessa selvageria sem escrúpulos, que
Adoece - me o coração.

Há almas puras?
Nessa matéria, nesse vai e vem
Nessa mentira bem encenada, por trás dessas
Máscaras, não.

Há um nevoa, regida e criada
Pelo ser, que não permite - se
À verdade.


E é como a pele fina, escura
E traçada que tinge meu passado.
E como o sangue, mestiço e desconhecido
Que sustenta uma linhagem.

Dai - me a honra de poetizar.
Pois só assim expressarei aos céus,
O que minha língua não sabe inspirar.

Que eu não quero e nem vou me escravizar ao lixo.
Gostaria de apagar todas as
Mentes corrompidas que cercam - me.

Que a menina do espelho d água
Não mais chora. E a inocente, iludida
Encontrou limites na sua sede de verdade.


A esfera capitalista, agora, calou mais um.
Silenciou quem denunciava.
Oprimiu o diferente.
Cegou quem enxergava.


É a rotação humana.
A lei selvagem da sociedade.
Aqui sobrevivem os mais ricos.
E se tu és fraco, querido, minha piedade.


GABRIELA MISSIAS MENEZES



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