Esta é a poesia com a qual concorri no TAL 2013 (Tempos de artes literárias).
É uma conversa com meu inconsciente.
Espero que gostem!
Não sei se sou.
Se vou.
O que ficou.
Não sei se vejo certo.
Se critico inocentes.
É tudo tão incerto.
A indecência desigual
Recai sobre os ombros.
E o que faço?
O que há com os homens?
O tic tac do relógio marca
um limite,
Que a vida insiste em
retardar.
Vagar sem rumo é overdose
do não - amar.
Se vou, não tem caminho.
Se fico, acaba a história.
Será que só eu vejo os
problemas?
Queria desfazer - me dessa
memória.
Porque todo sofrer amolece
meu bobo coração?
Porque eu não sei
transformar meu sentimento em canção?
Esse mundo é o que parece?
Ou fantasio demais?
Porque as pessoas taxam os
sonhadores de loucos?
Será que é porque elas não
sabem sonhar?
Porque os erros custam
nossa liberdade?
E a vida é tão facilmente
interrompida?
E os homens têm direito de
julgar?
A prisão muda alguém?
Será?
Pela visão humana, por
fora
Ninguém é mal.
No intimo, interior
Todo mundo é normal.
O ser não finda ao acabar
- se.
Morre solitariamente
Quando corrompe - se.
E devastador é o carinho
que não permite-se.
O viver é corroído pelos
medos guardados.
A luz é realmente segura?
Eu prefiro a noite.
Porque ela é perfeita
companhia
Para a minha solidão.
E revela o que
ilusoriamente
O sol finge mostrar.
Para a dor há cura?
A da humanidade, pela
minha ótica não.
E não conheço os limites
Dessa selvageria sem
escrúpulos, que
Adoece - me o coração.
Há almas puras?
Nessa matéria, nesse vai e
vem
Nessa mentira bem
encenada, por trás dessas
Máscaras, não.
Há um nevoa, regida e
criada
Pelo ser, que não permite
- se
À verdade.
E é como a pele fina,
escura
E traçada que tinge meu
passado.
E como o sangue, mestiço e
desconhecido
Que sustenta uma linhagem.
Dai - me a honra de
poetizar.
Pois só assim expressarei
aos céus,
O que minha língua não
sabe inspirar.
Que eu não quero e nem vou
me escravizar ao lixo.
Gostaria de apagar todas
as
Mentes corrompidas que
cercam - me.
Que a menina do espelho d
água
Não mais chora. E a
inocente, iludida
Encontrou limites na sua
sede de verdade.
A esfera capitalista,
agora, calou mais um.
Silenciou quem denunciava.
Oprimiu o diferente.
Cegou quem enxergava.
É a rotação humana.
A lei selvagem da
sociedade.
Aqui sobrevivem os mais
ricos.
E se tu és fraco, querido,
minha piedade.
GABRIELA MISSIAS MENEZES
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