quinta-feira, 18 de setembro de 2014
Você e a morte
"Você pensa que expor sua dor para o mundo vai resolver, mas não resolve.
Você pensa que se você conversar com meia dúzia de pessoas queridas e ouvir delas “Vai passar, é questão de tempo” vai amenizar, mas não ameniza.
Você tenta não dá importância a uma parte de sua alma que morre por dentro. E sai por aí e escuta suas músicas preferidas e lê textos confortadores e você até ri, mas você morre por dentro. E você chora quando ninguém está vendo, porque chorar dá uma falsa sensação de alívio. E você quer parecer forte, mas você é humano.
Você chora por não aceitar o fato de ser um ser humano. Você queria ter até super poderes. E você escreve por não saber mais o que fazer com essa dor. Escreve porque quer que essas palavras preencham uma lacuna que se estende dentro de si.
E você dorme mais, come menos e presta quase nada de atenção na vida, que não alterou seu ritmo para te ver sofrer, porque a vida entende os propósitos dela. E você é egoísta e não compreende nem os seus.
E você chama por ela e clama a Deus uma explicação. Me explica Deus, por favor. Me explica porque somos tão vulneráveis as leis naturais da vida. Me conforta, me abraça, me acolhe, cuida – me."
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