Começo aqui a
história
Nessa terra de cor
vermelha que
Parece refletir o
sangue que foi derramado.
Na porção mais
linda do litoral
O Porto que
ancoraste a revolução, seguro.
Início da América
portuguesa.
Bahia de 500 anos
Sinhazinha,
Feitor, Doutorzinho.
Linguagem
diferente, mas que
Já traduzia a
hierarquia da sociedade.
A Ignorância
ditava as leis
O conjunto ingênuo
assentia.
Um povo, Erguido
na escravidão
Libertados por
honra.
Quando no ápice de
justiça
Izabel, querida,
assinou.
Eis que surge a
nova era.
E toda estupidez
vira papel, história.
Recordação nas
linhas das poesias
De Castro e de
todos os outros que não
Deixaram
reprimidas suas vozes.
Heróis de todo uma
nação.
Que segue firme
Nas lendas Jorge,
o amado.
O moço bonito de
Gabriela
Os dois maridos de
dona flor.
Ô Tieta do
agreste.
Nas melodias de
Caetano e Gilberto
Debaixo da
cabeleira de Gal.
Bethânia! Oh
Bethânia!
Caymmi de Durval e
Aurelina.
João Ubaldo, ô
grande.
Brown, cacique.
Raul, eterno.
Dinho, imortal.
Oh “velhos”
baianos.
No “Tabuleiro da
baiana”
Muita história
Vestígios de uma
cultura
Que transparecida
ficou
Não sumiu,se
modificou.
Somos de todos os
santos
E de todas as
crenças.
Muito tempero
nessa massa homogênea
Que o Português
pisou.
Regado a requinte
e dendê.
Nossa moda.
Os olhares
mestiços
São museus, que a
cada flash
Reflete nossa
realidade.
Onde antes foi
trilha, asfalto.
Onde foi Porto,
Hotel.
Água de Coco,
coquetel.
Na Bahia antes:
Cacau
Hoje carnaval.
Tudo era riqueza,
agora incerteza.
A estiagem espelha
o cinza da caatinga
Folhas secas caem
ao chão,
E a terra
despedaça nas mãos
Mandacarus e
juazeiros
Não secam ao sol,
sobreviventes.
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